quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Minha história sobre Paraty

Os amigos acabaram me convencendo de que deveria continuar a escrever sobre os lugares que conheci as experiências que vivi neles, o que aprendi e as viagens que continuo fazendo.

Não fui a nenhum lugar tão diferente dos que vocês já conhecem de alguma maneira, mas concordo com os amigos que é sempre interessante ouvir de outra pessoa, impressões de situação que já passamos.
Estou sendo sempre cobrada para falar sobre Paraty. Cidade onde vive minha família por parte de mãe e que conheço desde que nasci. Por conta disso, aqui vão minhas impressões sobre Paraty.

Paraty, município do Rio de Janeiro, situado ao sul do estado e faz fronteira com São Paulo. Cidade histórica propositalmente criada numa baía para facilitar a segurança numa época de invasões, piratarias e pilhagens.

De Paraty02

O ano de fundação da cidade é incerto, pois para os devotos de São Roque que povoavam o morro da vila velha (hoje morro do forte), foi em 1540; para Martins Correa de Sá que empreendeu uma expedição contra os índios locais, foi em 1600; e ainda em 1606 com a chegada dos primeiros sesmeiros (proprietários das capitanias hereditárias).

Conheço Paraty desde que vim ao mundo. Minha família por parte de mãe é de Paraty e me trouxeram para conhecer minha avó antes do meu primeiro ano de vida.

Paraty foi o ponto final do "caminho do ouro". A "estrada real" que começava em Diamantina e terminava no cais de Paraty, era utilizada para transportar nossas riquezas que foram levadas para Europa em navios que atracavam fora da baia.
A curiosidade é que esses navios vinham cheios de pedras, que serviam de lastro (peso) para a travessia do atlântico e aqui as pedras eram trocadas pelas nossas riquezas, ouro, madeira, pedras preciosas e também escravos. Essas pedras foram usadas para o calçamento das ruas e construção da maioria das casas da região.
Andar pelas ruas de Paraty e ver as pedras, chamadas de pé de moleque, dá uma idéia do quanto nos foi tirado...

De Paraty02

A estrada Rio-Santos começou a ser utilizada entre 1973 e 1975, não teve inauguração oficial. Antes dessa data, chegávamos aqui vindos de trem da Leopoldina até Mangaratiba e lá pegávamos uma barca que nos trazia até o cais de Paraty.

As lembranças dessa chegada ainda me enchem de emoção. Ver a igreja de Sta. Rita crescendo aos olhos e começar a reconhecer as carinhas dos primos no cais era de tirar o fôlego!

Outro caminho para chegar à Paraty era pela estrada de Cunha (parte final da Estrada Real), mas como é uma estrada na beira da serra do mar, com um declive acentuado e chão de barro, viajar por ali numa região de muitas chuvas como é essa, era um convite para os inúmeros acidentes que aconteceram por lá.




Paraty foi considerada patrimônio estadual em 1945, tombada pelo patrimônio histórico e artístico nacional em 1958 e finalmente convertida em monumento nacional em 1966.

Como Paraty está 5 cm abaixo do nível do mar, ao sabor das marés a cidade se transforma numa pequena Veneza brasileira. Lembro que o mar entrava em muitas ruas do centro e era lindo ver o pessoal usando canoa nas ruas. Hoje o mar entra no centro histórico, não invade as ruas como antes, mas ainda nos presenteia com belíssimas fotos e surpreende de forma divertida os turistas.

Os carros pararam de circular no centro histórico nos anos 80 e as correntes cercam o casario tombado criando um museu a céu aberto para visitação.

Casas seculares com arquitetura colonial guardam segredos da maçonaria que foi trazida para cá ainda no tempo do império. O imperador também era dessa irmandade. Símbolos da maçonaria são discreta e estrategicamente colocados para significar a presença dos "irmãos maçons" nessa região: Os bordados das fachadas escondem a letra "G" e triângulos que são símbolos da maçonaria. Nos cruzamentos das ruas do centro você observará que só existem três esquinas com "cunhal" na quina das casas (acabamento em pedra para estrutura e proteção das construções), esses três cunhais formam um triângulo.

Numa época de gripes epidêmicas e doenças desconhecidas que dizimavam uma população inteira, Paraty foi desenhada por um "arruador" (urbanista daquele tempo) com ruas sempre curvas evitando a perpendicularidade com o mar para diminuir a ação do vento encanado. O desencontro das ruas fez do centro histórico um belo labirinto onde até hoje me divirto vendo os turistas perdidos tentando achar a praça e indo em direção exatamente oposta a ela (rindo). Não me ache má, esse turista terá oportunidade de andar um pouco mais e conhecer ainda mais das maravilhas do centro (controlando o riso aqui).

Uma coisa que não me conformo é ver as turistas com saltos altos tentando andar em passos desequilibrados pelas pedras da cidade...será que a vaidade é maior que o interesse em olhar para cima e ver tudo que há para ser visto ou a turista veio pra cá sem saber pra onde estava indo?? (rindo ainda).

Na época em que minha avó ainda era viva, vir para Paraty era um programa de todas as férias. Vocês lembram que tínhamos quatro meses de férias escolares por ano?? Dezembro, janeiro, fevereiro e julho! ai ai...bons tempos!

Nossos programas aqui eram ligados a família, ao mar e a devoção da minha avó por Sta. Rita, ela nos fazia ir à missa todos os domingos com cabelos penteados, sapatos e vestido bonito. Fora isso nossos trajes oficiais eram short, camiseta e um chinelo, se houvesse. Horas de brincadeiras com a quantidade imensa de primos que tenho, os passeios de barco com meus tios que eram pescadores, acompanhar minhas tias nas faxinas em casas do centro histórico que os turistas alugavam ou compravam despertou em mim o amor a essa terra, a valorizar tudo que há aqui e o olhar para a arquitetura e os materiais usados nas construções aqui. Muita madeira, pedras, paredes largas, beirais que mostram se a família que morava naquela casa tinha ou não posses.

Você lembra dessa expressão? "sem eira nem beira"? Então dê uma olhada para cima quando vier aqui e preste atenção nos beirais das casas que vão de simples acabamento em madeira, lindos bordados em madeira esculpida, largos e rebuscados até telhas em louça portuguesas pintadas com desenhos azuis. Cada um deles representa a faixa da sociedade que essa família ocupava.

Não deixe de ver o “sobrado dos bonecos”, que tem esse nome por causa das quatro estátuas de adorno que originalmente ficavam no beiral, hoje só restaram os pedestais. Essa casa fica na Rua do Comércio, quase em frente à sorveteria Paraty, aliás, uma dica ótima é o sorvete de gengibre dessa sorveteria que é a melhor da cidade em minha opinião !!. Esse sobrado, construído no século XIX tem uma fachada elegante e as cornetas sob as sacadas (elemento para o escoamento da água de chuva) são de bronze. Preste atenção nas telhas do beiral! Essa família com certeza tinha “eira e beira”!



Perto do sobrado dos bonecos, do outro lado da rua, você verá a única casa construída no final do século XIX, em estilo eclético no centro histórico de Paraty. Todo o fervor e riqueza desta época podem ser observados através dessa construção: O sobrado tem um porte bem maior, com uma implantação diferente: entrada pela lateral através de escadas e jardins. A fachada continua alinhada junto da rua, mas a liberação da lateral, onde existe um jardim, gera possibilidades de arejamento e iluminação, desaparecendo as alcovas e fazendo surgir os primeiros banheiros. O novo estilo, o ecletismo, tem um forte decorativismo presente em todos os detalhes. As construções adquirem uma grande sofisticação com os produtos importados. Passam a ter platibandas (elemento que substitui o beiral) para esconder o telhado, porões altos e janelas com bandeiras em massa decorativa. As fachadas passam a ser revestidas de massa com motivos decorativos; as paredes construídas de tijolos e cal, com maior precisão e menor espessura; São utilizados vidros decorados com motivos florais, e surgem as primeiras venezianas e telhados de quatro águas. É o único exemplo dentro do centro histórico e como foi tombada também, permanecerá assim. Nada contra...mas salve as casas coloniais de Paraty!!

Falando em construções, a outra metade da minha família daqui, que não vive da pesca, trabalha na construção civil e tenho um orgulho danado em contar que meu tio “Pequenino”, participou da construção da antiga ponte da matriz como pedreiro-mergulhador. Ele mergulhava em apnéia para encher os pilares de concreto embaixo d'água. Hoje essa ponte não existe mais. Ano passado a ponte foi trocada por uma mais alta e mais larga para a passagem dos turistas e barcos que hoje circulam pelo Rio Perequê. O rio foi alargado depois de dragado e hoje comporta um pequeno cais ao lado da igreja de N. S. dos remédios, a matriz da cidade, para levar os turistas às ilhas.

Minha família morava no Catimbal, povoado no pé da serra do mar e lá eles viviam da agricultura: cana de açúcar, banana, palmito. Depois da morte prematura do meu avô, minha avó veio morar no centro de Paraty com seus nove filhos (minha mãe é a caçula) e aqui eles cresceram, casaram e vivem até hoje.

Minha mãe acabou saindo de Paraty e foi morar no Rio, casou-se com meu pai que era carioca. Eu e meus irmãos, também cariocas, crescemos e nos casamos no Rio e hoje estamos aos poucos retornando à Paraty com a intenção de ficar.

Há alguns anos tive a oportunidade de comprar minha casa em Paraty e agora me sinto definitivamente uma paratiense!

Paraty que já teve alambiques famosos com cachaças conhecidas internacionalmente, hoje vive praticamente do turismo. Os paulistas estão em maioria na cidade e os Franceses são os estrangeiros que mais nos visitam.

Temos hoje mais de 365 pousadas, quase 100 restaurantes e eventos praticamente todos os fins de semana.

Paraty recebe hoje as feiras e festivais mais importantes do país, a FLIP de Paraty (Festa Literária de Paraty) é uma das mais famosas, mas temos os festivais gastronômicos, de fotografia, cinema, da pinga, do camarão e tantos outros que atraem pessoas de todos os lugares.

O povo paratiense é na maioria católico e as festas sacras fazem parte do calendário festivo da cidade. A festa do Divino é a minha preferida! A cidade é toda enfeitada de vermelho e a procissão é acompanhada até hoje pela minha família.

Vir a Paraty e não conhecer os detalhes é perder um pedaço da história.

Para quem gosta de caminhada vale a pena circular no centro histórico, que também pode ser percorrido com charretes que ficam estacionadas na praça da matriz. Os meninos condutores irão explicar um pouco da história enquanto levam você pelas ruas num passeio que irá lhe remeter ao passado.

O casario do centro histórico hoje é ocupado por restaurantes de todo tipo, cafeterias charmosíssimas, lojas de roupas e artesanatos, livrarias, bares movimentados, sorveterias, pizzarias, padaria, centro cultural e várias pousadas.

Poucas casas ainda são habitadas por família paratienses e as que são de propriedade particular, foram ricamente restauradas e tornam-se um convite para uma espiadinha quando encontramos uma porta ou janela aberta.

Uma boa caminhada com uma pequena subida na direção da praia da Jabaquara irá levar você até o forte “Defensor Perpétuo” de Paraty, construído em 1703. Em 1822 ele sofreu uma reforme e ganhou o nome definitivo dado pelo imperador D. Pedro I e passou a ser chamado “Defensor Perpétuo do Brasil”. Lá você verá no pequeno museu onde abriga hoje o Centro de Tradições Populares de Paraty os objetos relacionados ao modo de vida do povo paratiense, verá também a casa da pólvora que é um raro paiol remanescente desse tipo de construção no país e os canhões usados na defesa da baía de angra. A vista magnífica da baía vai lhe encantar e por uma pequena passagem entre as árvores você alcançará o mar numa piscina natural deliciosa para um mergulho.

Seguindo o morro do forte você chegará à praia da Jabaquara. Uma praia que até pouco tempo atrás não era habitada e hoje tem quiosques com amendoeiras que são um convite para passar o dia. É da pra da Jabaquara que todos os anos sai o “Bloco da Lama”, famoso bloco carnavalesco que incrivelmente não tem música, nem fantasia, é só você se sujar de lama e seguir o bloco imitando os sons que eles repetem o tempo todo: “UGA UGA UH UH”. Não é difícil, é? Esse bloco, que hoje é o mais concorrido e famoso do carnaval paratiense, me “matava” de medo quando criança e confesso que até hoje. Quando ele passa trazendo as pessoas absolutamente cobertas pela lama escura, irreconhecíveis e espalhando a lama em todos ao redor, meu coração dispara como acontecia quando era pequena, mas você não pode deixar de experimentar, nem que seja para assistir!

Falando em carnaval, os blocos de rua atraem foliões de todas as idades e lugares. A cidade tem programação o dia inteiro e é comum vermos pelas ruas meninos vestidos com bonecos gigantes de papel machê, vestidos de “Clovis” ou “bate-bola” e ainda, as fantasias que fazíamos artesanalmente em casa quando éramos crianças, lembra?

As igrejas são um passeio à parte. A igreja de Nossa Senhora dos Remédios, que fica na praça principal é a matriz da cidade e nela toda minha família foi batizada, se casou e freqüenta as missas até hoje. Toda a vez que entro, fecho os olhos para tentar ver meus pais no altar, se casando e pensar que eles não poderiam nem imaginar que um dia eu estaria ali sentada, com meus filhos, amanhã meus netos...uma viagem isso, não é?

Em 1646, D. Maria Jacome de Mello doou uma área para que ali fosse construída uma capela dedicada a N. S. dos Remédios e ao redor dessa capela se formou o povoado de Paraty. Em 1787, essa capela que era pequena para receber os moradores da cidade e iniciaram então a construção de uma nova igreja em estilo neoclássico, maior e mais suntuosa. A sete de setembro de 1873, foi entregue ao público, mesmo inacabada (você irá notar as torres inacabadas e o fundo da igreja sem terminar), sendo precedida a benção por uma procissão da Igreja de Santa Rita para a Igreja N. S. dos Remédios e esse translado é repetido todos os anos na festa da padroeira.
No interior da igreja encontram-se imagens dos séculos XVII, XVIII e XIX entre outras, a de São Roque (a mais antiga das imagens, vinda da primeira capela do povoado), a de São Miguel das Almas, a de São Francisco, a do Senhor dos Passos, a de Nossa Senhora das Dores e a do Sagrado Coração de Jesus. No altar-mor está a Padroeira Nossa Senhora dos Remédios, ladeada pelos seus pais, Sant’Ana e São Joaquim. Próximo à entrada, no lado esquerdo, está o batistério com a pia batismal em mármore.

A igreja de Santa Rita, cartão postal da cidade, fica em frente ao cais e recebia todos os visitantes com a imagem graciosa da sua fachada e ao fundo as palmeiras imperiais que estão por toda a cidade. Esta igreja foi aberta ao público em 30 de junho de 1722, tornando-se a mais antiga igreja de Paraty devido às demolições da Capela de São Roque (que ficava no morro do forte) e das capelas antes da construção da igreja da Matriz. É interessante observar os detalhes trabalhados do gradil da sacada interna, o trabalho na madeira das portas e dos altares laterais, o galo marcador de vento na torre externa e o relógio na fachada. Numa construção anexa à igreja, está o cemitério da Irmandade (com tumbas embutidas), construído no século XIX. Existe nesse anexo um poço de água transparente que muitos acreditam ser milagrosa, mas não é mais aberto ao público. Assim como todas as igrejas de Paraty, esta possui fachada voltada para o mar. Atualmente a Igreja da Santa Rita vem sendo utilizada para concertos, peças de teatro, exposições e conferências. Nos fundos da igreja está o Museu de Arte Sacra. Uma curiosidade é que a igreja de Sta. Rita está afundando e foi feito um rebaixamento para a entrada principal.
O afundamento provocou uma leve inclinação que está sendo monitorado por profissionais da área. As missas não são mais celebradas nessa igreja.

Ao lado da igreja de Sta. Rita está o prédio do Quartel da Fortaleza Patitiba (1703) que fazia parte de uma das sete fortificações que protegiam a baía de Paraty. Durante um longo período, até 1980, funcionou como cadeia. As visitas são permitidas e você verá as celas, móveis e documentos da época.

A igreja de N. S. do Rosário e São Benedito, destinada aos escravos, teve sua construção iniciada em 1725 e terminada definitivamente em 1757, possuindo características do estilo maneirista. Procure notar nessa igreja a base em pedra do púlpito (tribuna onde os padres celebravam a missa), o adorno em forma de abacaxi que serve de suporte ao lustre de cristal e os altares dourados de São Benedito e São João. O altar-mor é dedicado a Nossa Senhora do Rosário.

Em frente à igreja de N. S. do Rosário e São Benedito, fica o prédio onde abriga a câmara municipal de Paraty no segundo piso, onde há um acervo de móveis e peças que pode ser visitado de segunda à sexta-feira.

A igreja de N. S. das Dores, construída em 1800 pela aristocracia, até 1820 ainda não havia sido terminada. Com a decadência da cidade, a igreja ficou abandonada até 1901, quando a Irmandade de Nossa Senhora das Dores, composta somente por mulheres, assumiu a reforma. É atualmente conhecida com “Capela das Dores” ou “Capelinha”. Projetada para ter duas torres, apenas uma foi concluída. Na parte de trás da igreja há um cemitério com tumbas embutidas. Não deixe de observar nessa igreja os detalhes das sacadas internas em madeira rendilhada e o galo marcador da direção dos ventos na torre. Não celebram mais missas nessa capela e poucas vezes a vemos aberta.

No final da Avenida Roberto Silveira (principal acesso da cidade), está a praça do chafariz que foi restaurada em 2009. O Chafariz do Pedreira ou Chafariz de Mármore como é conhecido, foi construído em 1851, pelo conselheiro Luiz Pedreira do Couto Ferraz, presidente da província na época.

Outro passeio muito interessante e que particularmente me emociona é uma visita à Casa de Cultura de Paraty, que fica na Rua Dona Geralda. Este casarão, antes de ser centro cultural, era o clube da cidade...me lembro de muitos carnavais passados nele.
Na exposição permanente do segundo piso você verá fotos e histórias de caiçaras locais (habitantes das zonas litorâneas) e alguns são meus parentes! Esse sobrado de dois andares é, segundo a UNESCO, um dos mais representativos da arquitetura do século XVIII. Note a influência da maçonaria nos cunhais! Na entrada, onde imagens de índios ocupam todas as paredes, você verá também, protegido por uma grossa camada de vidro, um tapete de serragem lindíssimo, típico das festas religiosas locais. Na Casa de Cultura você ainda encontrará uma livraria, cafeteria e um teatro aonde ocasionalmente peças e palestras acontecem.

A Santa Casa de Misericórdia (1822), que fica na praia do Pontal, tem como patrono São Pedro de Alcântara (nome da Rua onde se encontra a Sta. Casa), em homenagem a D. Pedro I. O prédio é um exemplo de como eram construídos os hospitais no século XIX.

Todos os lugares que mencionei até aqui podem ser visitados à pé, aliás a maior vantagem é poder caminhar livremente em Paraty sem se preocupar com transito ou segurança. Aproveite!

Próximo à Paraty você também pode fazer passeios muito bacanas. Os alambiques que hoje em dia não funcionam mais como antes pois as famílias proprietárias já não vivem mais só da produção de cachaça. Um dos mais famosos é a Fazenda Muricana, que hoje é um lugar super agradável para uma visita. Você verá um pequeno zoológico com animais da região, praticará arvorismo, almoçará uma deliciosa comida regional, poderá tomar uma ducha de água de cachoeira que há lá, verá pavões e emas andando soltos pela fazenda e claro, provará a famosa cachaça Muricana.

Outro alambique que costumo levar meus amigos para conhecer é o Corisco, que fica no caminho da cachoeira do Corisco, que eu adoro! Esse alambique é menor, mas você verá e provará a cachaça que é envelhecida em barril de canela!

As praias do centro de Paraty, Pontal e Jabaquara, não são boas para banho de mar. Sentar num dos quiosques na beira do mar, sob a sombra das amendoeiras é muito bom!! E apesar de não beber, sugiro que provem as caipirinhas com cachaça de Paraty!!

Algumas praias próximas à Paraty são perfeitas para banho e divertimento! Trindade fica a 17 km em direção à São Paulo e São Gonçalo fica a 20km em direção ao Rio.
Trindade é um lugar que você não pode deixar de ir. São 5 praias, desde a primeira que é ótima para praticar surf , até a praia do cachadaço com vários quiosques e água perfeita para ótimos mergulhos, com a cachoeira que se junta com o mar. A cidade é pequena, cheia de pousadas e restaurantes bem legais. Vale a pena o passeio!

São Gonçalo e São Gonçalinho são praias deliciosas na beira da estrada com uma pequena infra-estrutura de quiosques e barcos que podem levar você para as ilhas que ficam logo em frente, pois lá existem mais quiosques e a água é ainda mais clara.
Perto de Paraty tem mais cachoeiras e todas são ótimas, para você conhecer e se banhar.

domingo, 26 de setembro de 2010

Viagem à Disney

Para ficar registrado no blog, estou postando hoje as fotos da viagem que fiz à Disney em março desse ano.
Eu, Renata, Julia e Letícia viajamos para comemorar o meu e o aniversário de 18 anos que Julia fez em junho de 2010.
Não preciso nem comentar muito sobre essa viagem, tenho certeza que vocês são capazes de imaginar o que é viajar para um lugar de sonho ao lado de amigas muito especiais e queridas!
Olhem as fotos!



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Penúltimo dia em Veneza

Hoje é nosso penúltimo dia em Veneza e tiramos o dia para andar sem programar a direção.

Acabamos descobrindo a Igreja de Santa Maria Del Carmine que está sendo restaurada. Fiquei impressionada com os altares super iluminados por clarabóias e grandes vitrais, nenhuma das clarabóias são iguais! Os balcões de madeira são ricamente decorados com pinturas e detalhes em ouro. Cada pilar dessa igreja tem no capitel, um santo esculpido em madeira. A iluminação natural vinda das clarabóias e vitrais dá um efeito muito bonito nas obras e cores do interior dessa igreja. O que chama atenção é que a parte externa é simples e de fora não imaginamos a beleza do interior.

Descobrimos no Campo de Santa Margherita uma feira de antiguidades muito simpática. Peças em murano e adornos charmosos por preços bem mais baratos!

Descobri o atelier de Marazzi, cujas peças estão espalhadas pelas lojas de Veneza. Dê uma olhada no site www.lorismarazzi.com e veja que trabalho bacana em madeira esse artista faz!

Encontrei a loja de óculos Carraro que tem designs que eu adoro! Me apaixonei pela rubber collection, essa nova coleção tem acabamento em borracha e eles tem modelo “Le corbusier”! São lindos ... Dá uma olhada no site deles: www.otticacarraro.it

O resto do dia foi para caminhar, caminhar, sentar e observar, observar ... aproveitar o passeio sem nenhuma preocupação ou programação... é muito bom um dia assim.

Amanhã é nosso último dia em Veneza. Sairemos daqui no meio da tarde e partiremos para o Brasil. Agora é começar a fechar as malas e aproveitar o resto do tempo que temos por aqui.

Para quem “viajou” conosco, é hora de dizer até a próxima viagem!!

Beijosssssss

domingo, 19 de setembro de 2010

Bienal de Arquitetura em Veneza 2010

Hoje passamos praticamente o dia todo visitando a Bienal de Arquitetura aqui em Veneza.

Aproveitamos para conhecer uma parte da ilha que não havíamos conhecido ainda. O espaço da bienal fica em Giardini (jardins públicos), um parque muito grande e todo arborizado foi inaugurado como área para exposições em 1895. Para criar esse espaço verde em Veneza, o arquiteto Giannantonio Selva demoliu quatro igrejas e conventos e um albergue de marinheiros. Cada país tem seu pavilhão projetado no Giardini della Biennale por um arquiteto famoso, como Alvar Aalto, Carlo Scarpa e James Stirling.

O pavilhão brasileiro foi projetado em 1963 e inaugurado em 1966, durante a 30ª Bienal de Veneza, o pavilhão brasileiro foi um dos últimos a ser construído nos Giardini. Projetado pelos arquitetos Henrique Mindlin e Giancarlo Palanti.
Com o título: "50 anos depois de Brasília" o Brasil se apresentou na bienal esse ano mostrando o projeto de Brasília de Niemeyer, maior cidade projetada e construída da humanidade e homenageando O arquiteto que tem hoje 102 anos e ainda produz projetos que são premiados e reconhecidos mundialmente.

Além de Oscar Niemeyer, outros arquitetos e escritórios de arquitetura brasileiros participam da exposição:
Mediateca da PUC Rio e Casa em Ubatuba/SP - SPBR Angelo Bucci
Teatro de Natal/RN e Centro Municipal para Arte e Educação/SP - Biselli & Katchborian
Museu Exploratório de Ciência da Unicamp/SP e Casa Global - Corsi Hirano Arquitetos
Memorial da Imigração Japonesa/MG - Gustavo Penna e Mariza Machado
Cantinho do Céu - Entre a Casa e a Água/SP e Favela Paraisópolis Grotinho/SP -Boldarini Arquitetura e Urbanismo

Os países que não estão expostos em Giardini, montaram sua exposição em Arsenale di Veneza, onde algumas das docas e oficinas do antigo estaleiro de Veneza, foram adaptadas para exposições e eventos.

O tema geral da bienal esse ano é uma reflexão sobre a arquitetura e os países ao invés de expor obras, arquitetos e projetos famosos expuseram conceitos e novos valores sobre a atuação da arquitetura na vida do homem e da cidade. O tema ecologia foi o mais explorado. Vários países optaram por exposições ousadas e algumas até cansativas para falar desse tema.

Gostei muito dos pavilhões de Hong Kong, Paises Nórdicos (Finlandia, Noruega e Suécia), Austria e Holanda. Esses mostraram projetos construídos e sugestões ecologicamente inteligentes e totalmente viáveis para circulação, habitação e materiais.

Adorei conhecer a região de Giardini e descobrimos lugares deliciosos para comer e relaxar. Uma ótima dica é o Trattoria Giorgione e a Sorveteria San Giorgi ambas na Via Garibaldi.

sábado, 18 de setembro de 2010

De volta à Veneza

O navio chegou à Veneza hoje pela manhã bem cedo e vimos da varanda do camarote a cidade ainda bem vazia e silenciosa.

Chegamos com chuva e vento frio, o desembarque acabou sendo mais confuso do que o normal.

Fomos para o hotel, dessa vez em Veneza Mestra, e saímos em seguida para Veneza, munidos de casaco e guarda-chuva. Mesmo com esse tempo ruim não desanimamos de caminhar pelas ruelas para descobrir mais lugares e riquezas desse lugar.

Caminhamos da Praça de Roma até a Praça de São Marco, passando pelo Mercado de Rialto, que desde 1097 abre diariamente com as barracas que vendem peixes e frutos do mar, legumes, verduras, frutas, temperos e flores. Os moradores chegam falando alto uns com os outros, brincando e cumprimentando como deve ser todos os dias. O ambiente é amistoso e vai ficando cada vez mais movimentado até por volta do meio dia.

Visitamos as pequenas lojas da ponte do Rialto que vendem tudo que o turista procura para levar de lembrança daqui.

Entramos em todas as igrejas que passamos pelo caminho, algumas maravilhosas nem sequer constam dos guias, até chegarmos à Praça de São Marco.

A igreja de Santa Maria Gloriosa dei Frari, uma das mais visitadas, é um exemplo da arquitetura veneziana gótica, levou mais de 100 anos para ser construída e o que mais me impressionou nessa maravilhosa igreja foram as cadeiras do coro, são três fileiras com 124 cadeiras ao todo, todas entalhadas em madeira por Marco Cozzi em 1468.

A igreja San Nicolo da Tolentino tem na entrada colunas de mármore branco com cerca de 10 metros de altura e no interior encontramos pinturas de Ticiano.

Na igreja de San Rocco, do início do renascimento, encontramos obras de Tintoretto. A escadaria da fachada invade a praça onde também se encontra o museu de Leonardo da Vinci.

A chuva e o frio nos fez voltar para o hotel mais cedo hoje e esperamos que amanhã o tempo melhore, porque há muito o que fazer e ver por aqui!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Croácia - Dubrovnik

Nossa última parada nessa viagem de navio foi em Dubrovnik. Uma cidade medieval na encosta de uma colina que hoje é um balneário procurado por turistas de todas as partes.
Os hotéis na beira do mar e as grutas que podem ser alcançadas pelas areias das pequenas praias que existem aqui são as imagens que mais chamam atenção quando chegamos de navio.

A guia local nos levou de ônibus até um dos pontos mais altos da ilha para vermos todas as casas e principalmente a cidade velha cercada pela muralha de pedra. Todas as ruas e casas foram feitas com a mesma pedra, retirada das colinas dessa região.

Entrando pela porta de Pile no começo da rua principal da cidade velha, a Stradun, encontramos uma feira onde os moradores vendem frutas, verduras e legumes de suas próprias plantações, frutas cristalizadas, bordados, e os famosos saches de lavandas em pequenos saquinhos de tecido bordados a mão.

Fomos ao Mosteiro dos Dominicanos para vermos as pinturas do renascimento e a primeira farmácia dessa região, que é mantida em funcionamento até hoje. Uma construção gótica clássica caprichosamente restaurada depois de diversos terremotos e ataques pelos quais essa cidade passou.

Na volta ao navio e saindo do porto de Dubrovnik, fomos presenteados com uma bela vista dessa fortaleza.

Navegamos agora de volta à Veneza onde desembarcaremos e ficaremos por mais três dias antes de voltar ao Brasil.

Passamos o resto da tarde usufruindo das atividades e dos mimos que o navio nos proporciona.

Hoje teremos uma animada festa de despedida aqui no navio e nos despediremos também dos novos amigos que fizemos nessa viagem.

Eu sei que nem todos gostam de viagens de navio, mas eu adoro!! Confesso que não gostei tanto da viagem que fiz dentro do Brasil, porém me recordo com muita satisfação de todas que fiz no exterior. Acho muito bacana esse clima incomum (meio festa no Titanic... rsrs) e essa grande mescla de povos, línguas, costumes. Fico observando como somos diferentes (roupas, cabelos, maquiagem, alimentação, dança, diversão...) e iguais também... é muito interessante!! O conforto de poder viajar junto com o próprio hotel compensa as rápidas excursões e qualquer incomodo que possa haver. Os navios são cada vez mais modernos e confortáveis e muitas vezes perdemos a idéia que estamos navegando. A alimentação é além do que se pode esperar (tem que ter cuidado para não engordar!!) e tem cardápio para todos os gostos. O cuidado que a tripulação tem com cada uma das nacionalidades que circulam por aqui é admirável. Fica aqui a minha dica para quem nunca experimentou. Vale à pena fazer uma viagem de navio para fora do Brasil, uma vez que seja.

Amanhã chegaremos cedinho em Veneza, nos hospedaremos em Veneza Mestra (fora da cidade velha) e em seguida partiremos para mais caminhadas e passeios em Veneza.

São os últimos dias de descanso e pretendemos aproveitar bastante!

Nos vemos no Brasil!! Até lá!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Corfú

Hoje foi nossa última parada na Grécia. Conhecemos Corfú. A mais charmosa das ilhas jônicas. Completamente verde cheia de ciprestes e muitas flores nessa época do ano, Cofù tem as águas calmas de azul lindo e absolutamente transparentes. É impossível não se encantar com esse lugar.

A cidade foi controlada por Venezianos antes de ser retomada pelos Gregos, por isso sua arquitetura lembra muito a de Veneza com cores pastel, sacadas de ferro trabalhado e janelas de veneziana em madeira colorida.

Nas encostas ficam as mansões com jardins muito elaborados. É um lugar de veraneio da maioria dos Gregos e Italianos milionários.

Fomos até Palaiokastrítsa que são três enseadas agrupadas ao redor de um promontório totalmente coberto por uma vegetação densa, essa região é a mais procurada dessa ilha. É impressionante a beleza das praias, a cor do mar e a visão dessas enseadas do alto do monastério Moní Theotókou que visitamos também.

Se você tiver a oportunidade de vir a Corfú, organize seu tempo para ir à praia!! É frustrante ver esse mar e sair daqui sem dar pelo menos um mergulho!

No caminho para Palaiokastrítsa, vimos as ruínas da Velha Fortaleza com a igreja de São Jorge logo abaixo. Hoje na velha fortaleza acontecem shows de luz, som e danças folclóricas.

No centro antigo caminhamos pelas ruelas com lojas e restaurantes, visitamos a igreja ortodoxa de Ágios Spyrídon (São Esperidião), cujo campanário de domo vermelho é o mais alto da cidade e à direita do altar está o sarcófago do santo padroeiro. Escolhemos um café no Edifício Liston (em frente ao campo de críquete), construído durante o governo francês e sentamos em frente à Esplanada. Ao redor dessa praça conhecemos também o Palácio de São Miguel e São Jorge, construído pelos ingleses, foi residência da família real grega e hoje abriga o Museu de Arte Asiática. Também passamos pela Rotunda Maitland erguida em homenagem a um dos britânicos que fizeram parte do governo inglês em Corfú.

Voltamos para o navio no fim da tarde e zarpamos em direção à Dubrovnik na Croácia. Nossa última parada antes de voltarmos para Veneza.

Até lá!!

Atenas

Eu estava ansiosa para conhecer Atenas, capital da Grécia, considerada berço da civilização européia. É um privilégio conhecer pessoalmente o que aprendi em sala de aula durante os anos de arquitetura.

O clima de emoção diminuiu bastante quando me dou conta que estou no meio de milhares de turistas com a mesma ansiedade que eu para conhecer e fotografar o lugar! Rsrs ...mas sem dúvida sempre vale a pena!!

Chegamos ao porto de Pireu nessa manhã e fomos recebidos por uma guia brasileira, carioca, chamada Nina, que mora em Atenas há 30 anos e por sorte também é arquiteta! Nina me fez relembrar as aulas de história da arquitetura, sobretudo de arquitetura clássica da faculdade.

Percorremos de ônibus o centro de Atenas que é uma metrópole com 457km² cercada de colinas. A cidade é agitada e confusa como todo grande centro. De muitos pontos da cidade podemos ver a Acrópole, (cidade alta) onde foi construído há 2.500 anos o Pártenon, templo dedicado à deusa Atena. Na subida para Acrópole, passamos pelo Propileus, entrada monumental do lugar, dessa entrada já vimos os templos: Erectéion, com o Pórtico das Cariátides, com as colunas em forma de mulheres em homenagem à força da mulher (viu como sempre souberam reconhecer ??); o Templo jônico (capitel com volúpias) de Atena Nique, dedicado à Atena da Vitória; o Museu da Acrópole (que fica num nível mais baixo do que todo o complexo arqueológico) e no centro da Acrópole está o Pártenon, templo dórico (colunas com o capitel simples, sem adornos). Sua construção durou cerca de nove anos, o que é considerado rápido para a época e mais seis anos para ser decorado com esculturas que incluía a Parthenos de Fídias, uma estátua de Atena com 12m de altura e coberta por marfim e uma tonelada de ouro! Na saída vimos o Teatro de Herodes Ático, um teatro-arena onde até hoje acontecem shows desde música popular grega até pop.

Todo esse tesouro arqueológico foi praticamente destruído por guerras, remoção de tesouros por outros países e também pela poluição. A parte já restaurada tem pedras propositalmente de cor diferente para evidenciar a intervenção.

Nina nos lembrou que o projeto do Pártenon foi feito em linhas suavemente curvas, pois os arquitetos Cálicrates e Ictino sabiam que dessa forma evitariam a distorção visual que ocorre quando fixamos o olhar em linhas paralelas.

A técnica da época para construir as colunas monumentais, consistia em sobrepor os blocos redondos de mármore que tinham no centro um orifício onde uma madeira era colocada para servir de eixo. As pedras eram erguidas manualmente, através de cordas e roldanas e eram assentadas meticulosamente seguindo pequenas marcas deixadas no momento do corte dos blocos de mármore, para que o encaixe fosse absolutamente perfeito. Como todas as colunas são verticalmente nervuradas, esses encaixes passam despercebidamente ao olhar e dão maior magnitude à obra do homem.

Uma boa dica é que você traga seu livro ou anotações sobre as obras, para acompanhar enquanto visita, caso contrário irá perder detalhes incríveis.

Na descida da Acrópole, fomos para o bairro Pláka, que fica no centro histórico de Atenas, conhecido pelo comércio, cafés e sempre cheio de turistas.

Retornamos ao navio e já estamos navegando em direção à Corfú, uma das ilhas Jônicas do mar Adriático.

Até lá!!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Míkonos - Grécia

Saímos do navio por volta das 17:00h em barcos locais para conhecer Míkonos.

Uma guia local, divertidíssima e apaixonada pela ilha, nos recebeu calorosamente e nos acompanhou contando fatos e curiosidades locais. Gabriela nos contou que é de Barcelona e decidiu morar em Míkonos há quase 10 anos, depois de ter passado aqui um mês de férias. Hoje ela é uma das guias locais mais conhecidas e procuradas, por ser engraçada e deixar sempre boas recordações com o grupo. Acabamos rindo muito com ela, que contava os participantes do grupo toda hora e nunca encontrava o número certo de pessoas. Nós éramos 32 no grupo, o número do nosso ônibus era 25 e Gabriela insistia em buscar 36 pessoas no total. Não preciso nem explicar o resto, não é? Gabriela, sempre na dúvida, temia ter perdido 4 participantes por mais que explicássemos, rindo muito, que éramos apenas 32. Ora Gabriela procurava 32, ora 25!! Por se confundir com o número do ônibus!! ...Ela acabou sem saber se o grupo estava ou não completo no final do dia. Sensacional !!!

Fora a brincadeira que continuou por todo o passeio, Gabriela nos contou que Míkonos é a mais procurada de todas as ilhas da Grécia.

De temperatura seca e árida, Míkonos que hoje vive do turismo, funciona de março a novembro e nos outros meses as lojas e hotéis fecham e o movimento da ilha para.

As praias são lindíssimas de águas transparentes e areias claras. As praias do norte são mais procuradas por surfistas e esportes com velas por causa do vento que é constante e forte nessa direção. As praias do sul são procuradas por famílias, crianças e atividades contemplativas por serem mais calmas e com maior extensão de areia, ainda ao sul ficam as praias mais afastadas e selvagens para gays e naturistas que preferem um lugar exclusivo.

Hoje Míkonos tem dois portos, o novo e o velho, que recebem embarcações durante todo o ano e lotam durante a alta estação. Esses dois portos que ficam em pontos distantes da ilha, estão sendo ligados por uma nova estrada e pontes sobre o mar e ao lado da estrada atual, que não suporta mais a quantidade de carros e o grande movimento que a alta estação gera para a ilha. A obra, que é gigantesca, criará novos espaços para atividades ligadas ao turismo e deixará o lugar ainda mais bonito.

Antes de atrair turistas de todos os lugares do mundo, Míkonos era apenas visitada por intelectuais e milionários como Onásis. Hoje continua sendo o refúgio de artistas conhecidos como Madona e Tom Cruise, que podem ser vistos sempre por aqui...mas não encontrei com eles .... acho que vim do dia errado :o(

As casas são absolutamente brancas e as janelas que antes eram pintadas de azul para os pescadores e vermelha para os agricultores, hoje são pintadas de todas as cores.

As casas são todas iguais, em formato de cubo, com no máximo dois pisos (sendo que alguns constroem o terceiro piso para baixo da terra para fugirem das regras e dos impostos). Nenhuma casa tem telhado ou beiral. A cobertura das casas é construída como piscina, para colher água da chuva nos meses de novembro a abril. Essa água é armazenada em cisternas e serve para todo tipo de uso, exceto para beber. A água potável, assim como em Santoríni, também é trazida de outras ilhas (e acaba sendo mais cara que o vinho!! ( ahhh... tá aí a explicação para beberem tanto vinho!!).

As igrejas também podem ser vista em todos os lugares, são todas particulares, construídas por famílias locais e somente utilizadas por elas em ocasiões especiais (casamentos, batizados, velórios...). A população também é católica ortodoxa como em Santoríni e as missas nas duas igrejas públicas são sempre cheias de moradores e senhoras viúvas que se vestem de preto para sempre depois que perdem seus maridos.

Míkonos também é muito freqüentada por grupos gays e naturistas. São inúmeros os hotéis, bares, restaurantes, boates e atividades programadas para esse nicho de turistas. Todos são muito bem vindos.

A noite de Míkonos é a mais agitada e procurada da Grécia. Não há hora para terminar e mesmo com o sol nascendo ainda há o que fazer por aqui !!

Depois de passearmos com Gabriela, fomos jantar num charmoso restaurante que nos serviu vinho local, frutos do mar, salada grega e um doce que não consigo lembrar o nome, mas não esqueço mais o sabor !! No final do jantar, ninguém quebrou prato apesar de não proibirem que fossem quebrados, contanto que pagassem pelo valor de cada um deles... hehehe...saí de lá sem ver ninguém quebrar nada!

A vila a noite fica totalmente iluminada. Por não haver chuva durante uma grande parte do ano, os restaurantes são enormes terraços descobertos cheios de luz, flores e todos decorados belíssimamente com pitadas de cores, lindos tecidos e velas nos ambientes predominantemente brancos.

Ver a ilha do navio é de encher os olhos e enquanto estou escrevendo meu diário de viagem, é essa a visão que tenho agora...isso vai ficar na memória...lindo demais!

Zarparemos antes da meia noite e iremos em direção à Pireo e Corfú.

Até lá!!

Santoríni - Grécia

Chegamos à Santoríni hoje bem cedinho. O dia está lindo, quente e ensolarado.
O navio ficou atracado no centro da baía, em frente às paredes de pedras vulcânicas de cerca de 300m de altura.

Chegamos até a ilha com os barcos locais. Um guia local nos aguardava num ônibus que nos levou até a parte alta da Ilha.

Santoríni, que era uma ilha redonda, ficou geograficamente da forma de lua crescente como vemos hoje, após a erupção do vulcão em 1450 a.C. A erupção desse vulcão abriu uma enorme cratera (que forma a baia) e um tsunami formado por ela, devastou Creta.

Em 1956 houve um terremoto que devastou toda a região novamente e Santorini foi reconstruída em terraços nos penhascos vulcânicos, como vemos até hoje.

Diz a lenda que Santoríni é o reino perdido de Atlântida.

A ilha é linda com as casas brancas e cor de areia, o mar azul marinho e as praias de areias negras. A população que vivia da pesca e agricultura, hoje vive somente do turismo e ainda existem algumas plantações de pistache (tradicional da região) e uva! Uma uva pitoresca que nasce em parreiras que não alcançam 1m de altura e são protegidas por tecidos brancos para suportarem o calor da região. Dessas uvas são feitos os vinhos de Santoríni que são bem forte e tem perfume marcante.

A quantidade de igrejas é impressionante, mais de 400! A razão dessa enorme quantidade de igrejas é que além da população ser 99% católica ortodoxa, as famílias pagavam suas promessas construindo igrejas mesmo sem saber se nelas seriam celebradas alguma missa, já que não há um número de padres suficiente para celebrar missas em todas as igrejas. A maioria, portanto está fechada e algumas nem foram abertas ainda.

Ainda podemos ver as ruínas de várias casas e moinhos. Algumas casas foram abandonadas desde então.

Não há água potável na ilha. Existem duas estações dessalinizadoras e a água para beber é importada.

O vento constante não deixa o sol forte incomodar e a vista maravilhosa dá vontade de sentar num dos cafés na beira do penhasco e deixar o tempo passar sem pressa...

Para descer da parte alta da ilha existem três opções: por uma escadaria sinuosa (30min de descida), com burros por essa mesma escadaria (e dependendo do humor do burrinho pode levar ainda mais tempo!!) e por teleférico. Optamos pelo teleférico (nós e TODOS os turistas que estavam lá!!!).

Zarpamos logo depois do almoço rumo à Míkonos onde vivenciaremos um típico jantar típico na ilha!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dia de navegação

Ao contrário do que eu postei ontem, hoje o dia foi todo de navegação e somente amanhã desembarcaremos em Santorini.

Tiramos o dia para tomar sol, descansar e descansar...fazia tempo que não dormia assim! Viva as férias!!!

A noite foi de gala com o jantar e o brinde do comandante. É engraçado ver como as pessoas se vestem numa noite como essa num navio. É bem legal entrar no clima e participar de tudo que é proposto numa viagem assim.

Shows com cantores, mágicos, bailarinos, trapezistas...bailes com casais dançando juntinhos e outras danças que nem eles próprios saberiam nomear (rsrs), muita gente jogando no cassino, grupos se divertindo na boate, crianças brincando com os recreadores, alguns se mantendo em dia na academia, animadores nas piscinas, concurso de “garota do navio” (quem ganhou nem é tão “garota” assim...hehe). Uma enorme tripulação que nos enche de mimos e cuidados... quem não gosta disso?!

Sempre que viajamos de navio saímos pensando numa próxima viagem. Para onde vamos, na próxima vez, com nosso “hotel móvel”?

Que tal China???...hummm ficou o gostinho de quero mais, né?


domingo, 12 de setembro de 2010

Veneza 2º dia e embarque para Grécia

Ontem foi nosso último dia em Veneza antes do embarque para a Grécia.
Saímos logo depois do café para andarmos mais pela cidade e visitar a Basílica de São Marco por dentro mais uma vez.

O dia amanheceu ensolarado e quente. Por ser sábado a cidade ficou ainda mais cheia e animada. Muita gente chegando para se hospedar e outros apenas para visitar. A agitação é contagiante!

Fomos pelas ruelas até a Ponte Rialto, que fica no Grande Canal e antes de voltarmos para pegar o barco até a estação marítima, subimos mais uma vez na Basílica de São Marco para ver a praça lá de cima, visitamos o seu museu e quando saímos, já por volta de meio dia, encontramos mais uma vez com a maré alta enchendo a praça de água, divertindo os turistas e criando oportunidades de mais belas fotos.

Embarcamos no início da tarde e percorremos o navio antes do embarque. Quem já fez uma viagem dessas sabe o quanto é divertido e relaxante poder viajar levando seu hotel junto!! Como estamos na baixa temporada, o navio está bem mais vazio que o habitual. Nossos companheiros de viagem são na maioria mais velhos (... e olha que mais velho que nós dois é velho pra caramba!! Hahaha) vindos da Espanha e Itália em grande parte.

O navio partiu de Veneza e nos brindou com uma vista magnífica da cidade.

Assim que zarpamos as atividades a bordo começaram e depois do jantar de boas vindas encerramos nosso dia porque hoje (domingo) tínhamos excursão bem cedo.

O navio atracou em Ancona, última cidade da Itália antes de seguirmos para Grécia e seguimos de ônibus, por uma hora e meia, com uma guia para conhecermos Urbino, uma cidade no alto de uma colina onde visitamos o Palácio Ducale construído em 1455. Percorremos a cidade a pé com ruas estreitas, casas de pedras e tijolos maciços, com ladeiras de pedras cuidadosamente dispostas para facilitar o caminho para os pedestres e cavalos da época.

Voltamos para o navio no final da tarde e estamos agora navegando em direção à Santorini, nossa primeira parada na Grécia!

Até lá!!!



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Veneza 1º dia

Saímos de Paris hoje no meio da manhã e chegamos à Veneza por volta do meio dia, por conta de um pequeno atraso no vôo.

Rever essa cidade é sempre um enorme prazer. Lembro do meu deslumbre na primeira vez que estive aqui e do prazer que tive em trazer meus filhos numa das vezes que voltamos à Veneza.

Chegamos hoje com a sensação de conhecer o lugar e escolhemos muito bem o hotel, que fica próximo à Praça de São Marco. Além de bem localizado, é um hotel agradável com quartos e banheiros amplos para os padrões de Veneza.

Ficar dentro de Veneza tem a enorme vantagem de estar perto de tudo que há de mais bacana nesse passeio, além dos maravilhosos restaurantes e sorveterias, mas ter que percorrer as pequenas ruas, arrastando as malas, subindo e descendo escadas e pontes, principalmente quando a maré alta enche a Praça de São Marco nos impedindo de passar por ela, é a desvantagem. Mesmo assim, adoramos a escolha e aproveitamos muito bem esse dia.

Traçamos um roteiro diferente dos que já havíamos feito e caminhamos o dia todo descobrindo praças, igrejas, escolas, lojas, fora as pequenas e charmosas ruelas. Fechamos o dia em frente à Basílica de São Marco, ouvindo os músicos tocando Carmina Burana...vamos dormir como anjos! rsrsrs

O ponto alto dessa nossa viagem, para comemorar as nossas bodas de prata, começa amanhã quando embarcamos num cruzeiro pelas ilhas gregas e Croácia.
Depois dos sete dias a bordo, voltamos à Veneza para terminar nosso roteiro e visitar a bienal de arquitetura que está acontecendo aqui em Veneza.

Não sei como vai ser a conexão da internet durante a viagem de navio, mas prometo contar tudo quando voltar à Veneza na próxima semana!

Até lá!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Paris - 2º dia

Paris amanheceu com um sol lindo!! Saimos para caminhar pela margem do Rio Sena em direção a Torre Eiffel e aos poucos as nuvens começaram a aparecer e a ameaça de chuva acelerou nossa caminhada.

Decidimos pegar um dos ônibus que fazem vários trajetos turísticos, Open Tour (29 euros um dia inteiro, por pessoa, podendo subir e descer do ônibus quantas vezes quiser) . Essa alternativa é ótima se você tem pouco tempo para andar por aqui e se quer alcançar os principais pontos.

A chuva deu o rítmo ao passeio. Quando chovia nós aproveitávamos para fazer compras, almoçar, entrar nos museus...

A cidade está cada vez mais linda e charmosa, sentar num café e observar tudo ao redor é muito agradável e se você não se der conta, passará horas sentado nesse mesmo café!


Dois dias em Paris é quase nada...mas deu pra matar um pouco da saudade daqui...

Amanhã pela manhã voamos para Veneza!! Até lá!!!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Saindo de Lyon rumo à Paris

Hoje saímos de Lyon...e o coração está pequenininho por me despedir mais uma vez do Bedô.
O dia amanheceu com sol, depois da chuva que não parou de cair ontem e pudemos passear e tirar mais algumas fotos antes de viajarmos para Paris.
Foi bom demais ver o Bernardo feliz, à vontade com a cidade, cheio de novos amigos e atividades super interessantes. É uma experiência ótima para ele e para todos nós.
Agora é continuar na torcida para que ele tenha sempre e cada vez mais sucesso e satisfação nas suas escolhas!!
Nosso novo encontro será em dezembro!! Logo estaremos matando a saudade novamente!

Fiquei encantada com Lyon e não sabia que é a segunda maior área urbana, terceiro maior município das cidades francesas. Foi fundada em 43 a.C. pelos romanos, era a capital da província da Gália.
A cidade é cortada por dois rios: Saône e Rhône. Esses separam a "velha Lyon" da parte mais cosmopolita da cidade. Passear pelas ruas da velha Lyon e apreciar a vista da Catedral de St. Jean (você pode chegar à catedral de funiculare) é belíssimo!
Uma cidade cheia de vida e os alunos das diversas universidades que existem alí, contribuem para esse ar alegre e agitado que se percebe nas praças, bares e restaurantes.



Saímos de Lyon por volta das 10:00 e chegamos no hotel em Paris às 13:00. A viagem de TGV foi tranquila apesar da chuva que não parou de cair.
A localização do hotel em Lyon foi perfeita! Fica aí a dica para quem pretende conhecer essa cidade linda e muito bem cuidada: Novotel Lyon La Part Dieu. Como estávamos ao lado da estação de trem, foi só descer com as malas e embarcar!

Em Paris a chuva continuou caindo o dia todo mas nem assim nosso passeio deixou de ser ótimo!
Nosso hotel em Paris fica no Quatier Latin, bem próximo à Catedral de Notre Dame. Deixamos as malas no hotel e saímos em seguida para caminhar. Chegamos até o Arco do Triunfo passando pelo Museu do Louvre, Jardin des Tuileries, Place de la Concorde, caminhando ainda pela Champs-Elysées até alcançarmos o Arco já no início da noite e com as luzes acesas...para quem conhece esse trajeto é só acrescentar um pouco de chuva aqui e alí e imaginar o quanto estamos cansados...mas foi ótimo, como sempre!! rsrs
Agora é cair na cama porque amanhã tem mais Paris!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Lyon 2º dia

Hoje Lyon amanheceu debaixo de muita chuva. Ficamos passeando pelas redondezas do hotel esperando o Bedô chegar da faculdade para passar o último dia em Lyon com ele.
Aproveitamos e fomos ao shopping e ao mercado para comprar utensílios e comida para o filhote.
O hotel que ficamos está muito bem localizado (Part Dieu). Estamos exatamente na saída da estação de trem, em frente ao melhor shopping da cidade com um carrefour enorme dentro e a pé ou de metrô (que fica ao lado do hotel) alcançamos os melhores pontos da cidade.
Quando Bernardo terminou a aula, fomos de tramway até a INSA para conhecermos o lugar onde ele estuda e está instalado.
Fiquei muito bem impressionada com a estrutura dos alojamentos, os prédios das diferentes faculdades, o tramway (vagões elétricos de superfície que circula por trilhos e cabos aéreos como os bondes de antigamente)e o sistema Vélo'V (aluguel de bicicletas) funcionam perfeitamente e fazem a cidade ficar ainda mais tranquila, segura e fácil para conhecer (fora os funiculares que nos levam aos pontos mais altos da cidade).
No quarto do Bedô, que tem cozinha e banheiro individual, fizemos feijão preto, arroz e a soja pra matar a saudade!
No final do dia o filhão veio dormir no hotel pra ficarmos juntos na última noite em Lyon...
Amanhã continuamos a viagem rumo à Paris...
...mas nada de saudade,Bedô vai passar as festas de fim de ano no Rio!! êeeeee....

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Regina em Lyon/França - 1º dia

A viagem do Rio para Paris foi maravilhosa. De Paris para Lyon, viemos de TGV, o trem rápido e confortável, que faz o percurso em 1 hora.
Quando chegamos Lyon, no caminho para o hotel encontramos o Bernardo na rua...grata surpresa!! Ver o filho com aquele sorriso enorme, poder abraçar e encher de beijos é bom demais!!
Na chegada ao hotel, fiz a entrega da "muamba" que trouxe do Brasil: feijão, mate e soja (MUITA SOJA!)...Encomenda que o filho recebeu com extrema alegria!! (rsrsrs). Ai...se agradar filho fosse sempre tão simples assim...hehehe
Depois de entregar a "muamba" saímos para conhecer essa cidade que o filho vai morar durante o intercâmbio na INSA (Universidade de Engenharia).
Muito bom sentir que o Bedô está a vontade e muito feliz aqui.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Amanhã (20/05) sairemos de Mandawa às 9h em direção à Delhi (5 horas de carro). Em Delhi pegaremos um avião para Bangalore (1:30h de espera e 2h de vôo). Aguardaremos no aeroporto de Bangalore o vôo para Paris (2h de espera e 10h de vôo) e em Paris finalmente voaremos para o Rio (2h de espera e 11h de vôo). Depois disso tudo acho que só volto a escrever no facebook quando o jet leg passar, rsrsTô indo pra casa!! Beijos

domingo, 23 de maio de 2010

De Shekhawati fomos, em menos de 1 hora, para Mandawa, “the open gallery city” como é chamada. Nos hospedamos no “Mandawa Castle”. Quando chegamos ao castelo fomos surpreendidos com o intenso calor e levamos um tempo para nos acostumar.

No final da tarde caminhamos em volta do castelo para conhecer as casas dos nobres e as pinturas deixadas nas paredes, fachadas e detalhes de influência mongol, hindu e inglesa. O que nos impressionou é o abandono em que tudo isso se encontra.

Essas casas hoje são verdadeiros "cortiços" habitados por sem teto que acabam destruindo por falta de orientação. Eu jamais andaria nessa região sem um guia mas fiquei impressionada com um tesouro que precisa urgente de restauro e proteção.


Na volta do passeio fomos conhecer melhor o hotel que é um castelo heradado por uma família que está ampliando e restaurando as instalações pois esse hotel hoje é muito procurado por viajantes que cruzam a Índia de norte a sul como nós. Ele fica num ponto estrategicamente confortável para o pernoite durante a viagem.Nós ficamos no quarto principal do hotel, que era usado pelo dono desse castelo (uia!). Um quarto com pilares da arquitetura mongol, janelas com detalhes indianos, fotografias, pinturas, tapetes e peças expostas como um pequeno museu. Bem diferente de tudo que já conhecemos.

O ponto alto desse dia foi o jantar no jardim do hotel, com comida típica indiana e SEM pimenta (finally!). Eu provei vários pratos e adorei!! O representante pelos guias e motoristas que nos atenderam na Índia, Sr. Arum, jantou conosco e terminamos a viagem com um bate papo esclarecedor sobre todos os temas que escrevi aqui durante esses 14 dias. Uma aula de história, religião e valores.

Próximo ao nosso destino, paramos em Shekhawati, noroeste de Jaipur, antiga rota dos camelos e de palácios mongois, hoje vive basicamente do turismo e é habitada por um povo ainda mais pobre e cheio de tradições nas roupas e costumes. As grandes casas que pertencem aos descendentes dos imperadores foram transformadas em escolas e museus que guardam os registros da história dessa região.

Visitamos o museu Poddar School para conhecer a história desse povo através das pinturas e quadros nas paredes; fotos antigas e atuais da família, viagens e reuniões; ingênuas maquetes feitas em isopor colorido de todos os palácios daqui; exposição de turbantes e modelos com a vestimenta dos casamentos que diferenciam as castas e são usadas até hoje, pois o casamento ainda é a maior comemoração das famílias indianas.

Um guia local nos conduziu e contou que ele próprio estudou nessa casa que antes de ser museu foi à escola da região.

Já estamos começando nossa viagem de volta ao Brasil. Como a distância de Jaipur à Delhi é grande, vamos passar a noite de hoje num hotel/castelo em Mandawa. Saímos de Jaipur às 7:30h e pegamos uma estrada durante 4 horas, no início do deserto de Gobi, com a temperatura em 48°. Mesmo com o ar do carro no máximo, o sol que passava pelas janelas esquentava o interior.

Definitivamente o verão não é a melhor época para se conhecer a Índia!!

19/05/2010 - quarta - Jaipur

O jantar foi em Chokhi Dhani, um vilarejo criado para mostrar as tradições do rajasthan. Depois de passear pelo vilarejo, assistir apresentações de dança, fantoches, mágica, encantadores de cobra, passeio de camelo...fomos jantar e experimentar a culinária da região...o pouco que provei foi o suficiente pra beber toda ...a água do rajasthan...(ui!)...acabei ficando só com a sobremesa...rsrsr

Hoje encontramos nosso guia local, Mr. Kamesh. Ele nos foi recomendado por amigos do Brasil e adoramos conhecê-lo. Muito paciente e detalhista nos conduziu por dentro da história do lugar.

Nosso passeio começou pelo palácio dos ventos. Um prédio com a fachada de 6 andares mas que na verdade tem apenas 3...os outros 3 são apenas uma muralha para que não ultrapassassem. Nesse palácio as mulheres através das pequenas janelas podiam observar a rua e o que se passava na cidade. Passaram a chamar palácio dos ventos porque as janelas dos 3 andares superiores assobiavam quando o vento passava por elas...

Em seguida subimos para o Palácio da Cidade. Um maravilhoso complexo de prédios cercado por uma muralha imensa que remete a muralha da cinha!! O palácio tem um infinito labirinto de corredores, onde o imperador vivia com suas 12 esposas e 350 concubinas.

Os labirintos serviam para fuga em caso de ataque e para que ele próprio pudesse circular entre os comodos sem ser notado...

O ponto alto desse passeio foi a subida até o palácio nos elefantes! Não podia imaginar como graciosos eles são, aliás ELAS pois só as fazem essa atividade por serem mais serenas e obedientes.

Voltando ao centro da cidade, fomos conhecer o planetário (Jaipur Royal Observatory) projetado pelo imperador que era um homem inteligentíssimo e adorava astrologia, matemática, física e engenharia. Mr. kamesh nos contou que e o imperador que tinha uma vida tranquila, passava seu tempo lendo e estudando quando não estava caçando...

Fico imaginando quando ele dava atenção para 12 esposas e 350 concubinas!!! Começo a achar que o labirinto do palácio era pra ele fugir delas!!...rsrsrs

Mr. Kamesh nos levou para almoçar no Maharaja Restaurant (próprio para o marajá Mauro! rsrs) e recomendou que me servissem sem pimenta! Foi uma das melhores refeições que fiz na Índia!! Adorei!

No final do nosso passeio fomos ao comércio de Jaipur, que é muito famoso! Conheci um shopping popular e fiquei impressionada com a quantidade de lojas de pulseiras e todas as lojas cheias de clientes...como as indianas gostam de pulseiras!! Também fui a mais uma loja de sarees e camisas masculinas (kurta)...você entra, escolhe o tecido e eles confeccionam a camisa masculina em 1 hora ou levam no hotel caso não queira esperar!!... Nós testamos e ficaram ótimas!!

Terminamos o dia com um traquilo jantar no hotel e a sensação de que Jaipur foi uma agradável surpresa!

18/05/2010 - terça - Jaipur

Está programado para noite de hoje, um jantar tipicamente indiano (uia!) para conhecermos a culinária da Índia ocidental. Comeremos sentados no chão, usando as mãos e a comida será servida em folhas. Nosso guia apenas riu quando perguntei sobre a pimenta...cá entre nós, não gostei nada do sorriso dele! Vamos ver como vai ser esse jantar!
Continuamos seguindo para Jaipur e paramos para almoçar num restaurante no meio da estrada que é cercada de enormes campos quase nenhuma plantação nessa época do ano. Tudo muito seco e quente mostra como é de fato a sensação de se estar num deserto. Durante a viagem vimos pequenos ciclones de poeira vermelha formados por rajadas de vento que faziam nosso motorista diminuir a velocidade para atravessarmos por elas.

Depois de um total de 7h de viagem, chegamos a Jaipur que fica numa região montanhosa da Índia ocidental. Na entrada da cidade uma subida muito estreita complica a passagem dos carros. A entrada da cidade nos pareceu ainda mais pobre mas circulando pelo centro e bairros ficamos bem impressionados com as ruas largas, uma certa ordem no trânsito e calçadas largas. Um exótico encontro de arquiteturas onde um shopping absolutamente contemporâneo é vizinho de pequenas casas de construção artesanal...mas de todas as cidades que vimos até agora, Jaipur está nos causando um boa impressão...

Akbar se casou com uma esposa muçulmana, uma indiana e uma portuguesa, por isso os palácios sofreram essas 3 influências na sua construção. Delicados detalhes indianos, recortes muçulmanos nas pedras, pinturas que remetem aos ladrilhos portugueses, formam esse riquíssimo conjunto em arenito vermelho e mármores.

Fatehpur Skri (Agra Fort ou cidade murada) foi construído com uma requintada arquitetura que inclui posicionamento dos prédios de acordo com a estação do ano, posição do sol e direção dos ventos; tanques de reaproveitamento de águas pluviais; camas elevadas para fugir do calor;paredes externas duplas para evitar a absorção do calor do sol e muitos outros recursos.

Por causa da falta de água dessa região, o imperador deixou de usar esse palácio e a região que ficou abandonada hoje é habitada por uma população muito pobre. A quantidade de crianças e velhos, pedidos dinheiro e tentando vender artesanato, é impressionante. Os guias aconselham a não comprarmos nem darmos atenção a essas pessoas para não sermos cercados por todos os outros. É desconfortável a situação.

Enfrentamos um calor fortíssimo e apesar disso, torcíamos para não ventar, pois a sensação do vento nesse calor desértico é ainda pior! Ter que entrar na mesquita sem sapatos foi mais um desafio, mas valeu à pena. No pátio da mesquita foi construído um pequeno palácio todo em mármore branco em homenagem ao único filho que a esposa muçulmana lhe deu.

Todos que entram nesse palácio de mármore branco entregam como oferta tecidos (que hoje são doados as crianças pobres da região) e flores coloridas num altar central, depois amarram fios de seda nos recortes de mármore, enquanto fazem 3 pedidos. Eles dizem que é muito comum mulheres que não conseguem engravidar visitam o lugar para fazer seus pedidos.

O tecido, as flores e fios de seda que doamos (tudo num saquinho previamente preparado), compramos no pátio da mesquita, onde vários homens aguardam os turistas para isso. Mesmo sendo uma doação, o preço do “kit doação” é estipulado por eles e é tão constrangedor não comprar, quanto ter que comprar.


As crianças cercam os turistas e oferecem em TODAS AS LÍNGUAS: pulseiras, livros, postais; sempre dizendo que estão com fome e negociam para que não deixemos de comprar. Umas mergulham nos reservatórios de águas pluviais, que hoje guardam uma água estagnada, imunda e absolutamente verde de limo, para depois cobrarem pelo triste espetáculo.
Saímos de Agra (Índia Central) às 8h em direção à Jaipur (Índia ocidental). No meio do caminho, na região do Rajastão (terra de reis), encontramos com o guia Sammo que nos levou à Agra Fort. Um complexo de palácios Mongol, ao lado do rio Yamuna, onde vivia o imperador Akbar com suas 3 esposas e cerca de 200 comcubinas.

17/05/2010 - segunda - Jaipur

Ontem a conexão estava péssima e não consegui postar os comentários e as fotos...vamos ver se consigo hoje!!
São 24:20 aqui e está acontecendo aqui no hotel, um casamento indiano tradicional (de uma das famílias endinheiradas daqui)!! Vou descer para assistir e preciso tentar dormir cedo novamente, porque amanhã partimos para Jaipur!!! Até lá!!!
Fomos para o Taj Mahal no final da tarde, com o sol se pondo, para evitar o calor mais forte e para aproveitar a melhor luz para as fotos. O Taj Mahal é tudo aquilo que sempre ouvi: um espetáculo para os olhos!...Vocês vão ver os detalhes que conseguimos captar nas fotos!
Eu saí da sessão de massagem e sauna a vapor com o corpo são e a alma lavada. Pronta para a minha segunda etapa da visita à Agra que era conhecer o Taj Mahal.

16/05/2010 - domingo - Agra

Saímos de Delhi às 6 da manhã e chegamos em Agra entre 10:30 e 11:00h. A viagem por aqui nunca é tranquila porque não há lei no transito...a buzina é a sinalização e quem buzina mais alto ou tem mais coragem de pressionar com seu próprio carro, consegue passar primeiro...haja coração!!

Nosso motorista, Mr. Uma (o da cabeleira na orelha!! eca!!) é um excelente motorista (para os padrões daqui) e nos trouxe com segurança para Agra. Mauro passou o tempo todo alerta e tirando fotos (foi a primeira viagem dele pelas estradas daqui). Eu na minha segunda viagem de carro, usei protetor auricular, tapa-olhos e ...dormi durante a viagem.

Depois de vermos toda a pobreza e a dificuldade do povo daqui pela janela do carro, chegamos no hotel de Agra que é mais um paraíso no meio de toda essa loucura! Parece Shangrilá. Você atravessa o portão do hotel e está no paraíso!


Deixamos as malas no hotel e saímos em seguida com nosso guia local para conhecer Agra Fort e mais uma mesquita. Almoçamos e voltamos para o hotel para aproveitar um pouco do paraíso! Ficamos na piscina um pouco e eu fui fazer uma massagem ayurvédica e foi maravilhoso! A massagista se chama Mainyn e me contou que aprendeu a falar "obrigada" com alguns brasileiros que passaram por aqui...
Amanhã cedinho seguimos de carro para Agra, vamos conhecer o Taj Mahal. É uma viagem de 4 horas e estou curiosa para saber o que vamos ver pelo caminho. Precisamos dormir mais cedo hoje e já são 20:30h aqui!...Namastê!
Por todo o caminho vimos obras do metrô (que fica 30m abaixo da superfície e está em expansão), muitas casas e prédios demolidos para darem espaço a novas ruas e praças. Presenciamos a criação de um novo traço urbano na cidade. Ainda há muito para ver em Delhi e Paukaj nos deixou com o gostinho de quero mais...vamos ter que voltar algum dia para ver a nova Nova Delhi.
No final do passeio, já em New Delhi, almoçamos num restaurante de comida internacional, Cafe Rendevouz, e Paukaj mostrou ao Mauro um pouco da culinária do norte da Índia. Eu preferi me manter longe da pimenta...rsrs
Antes do almoço, Punkaj nos levou a uma loja de handcrafts para comprarmos produtos indianos... Vocês não têm idéia do que é pechinchar!!!...rsrsrs...ficamos cerca de 1 hora negociando com um vendedor com pinta de “Silvio Santos”. Foi divertidíssimo! Me ensinaram como usar o saree e fizemos bons negócios!
Por último visitamos o complexo de Qutb, onde está o Qutb Minar, um minarete (torre da vitória) c/ mais de 70m, erguido com pedras de arenito de diversas cores; a mesquita Quwat-ul-Islam com motivos hindus nos pilares; entalhes com texto do Alcorão no arco de entrada e na praça central, está um pilar de ferro do século IV, feito com o mastro de bandeiras é um marco da metalurgia indiana.
Fomos ao túmulo de Humayun, 2º imperador Mongol que governou aos 13 anos de idade e realizou o mais democrático governo desde então. Humayun não tinha pré-conceito e no seu governo, contou com a participação de representantes das diferentes religiões que compõem a Índia, isso garantiu a simpatia e o respeito de todos o...s povos. A construção da tumba em sua memória, ordenada por sua esposa, foi inspirada no Taj Mahal.
As embaixadas e os ministérios ficam em ruas próximas ao palácio do governo. Prédios e casas, com arquitetura basicamente inglesa, jardins muito bem cuidados e forte segurança armada em todos os lugares.
O palácio do governo, Vijay Chowk, fica numa avenida muito larga (a única daqui) onde ao lado estão o parlamento e o arquivo nacional. No mesmo eixo do Vijay Chowk está o Índia Gate (enorme dossel como o arco do triunfo) e no meio da avenida um grande chafariz. Os prédios de arenito vermelho, dispostos simetricamente nessa larga avenida fazem um belo conjunto.
A mesquita Jami Masjid é feita de pedras de arenito vermelho, presentes em grande parte das construções daqui e detalhes em baixo relevo de mármore carrara e onix.
Visitamos em Old Delhi, Jami Masjid, que é a maior mesquita da Índia. Ela é vista à distância pois fica no topo de uma ladeira. No interior um enorme pátio, com um tanque de água onde os homens se lavam antes de rezar ajoelhados ou deitados em direção à Meca, é cercado de varandas onde as mulheres separadamente se colocam para rezar.
As mercadorias expostas nas lojas, em barracas ou espalhadas pelas calçadas; o emaranhado de centenas de fios elétricos amarrados aos postes; prédios que são residenciais e comerciais ao mesmo tempo com aparência de abandono; dão ao lugar uma impressão de desordem e insegurança.
Old Delhi é hoje um grande centro comercial com todos os tipos de produtos (comidas, roupas, jóias, oficinas) que por terem um preço menor, vivem lotadas de compradores de todas as partes.

Saímos bem cedo para fugir do calor superior a 40°. Fomos, em primeiro lugar, à Old Delhi. Os quarteirões que formam a parte antiga da cidade são formados por ruelas com pequenos e velhos prédios, cuja arquitetura basicamente muçulmana é cheia de influência inglesa e detalhes indianos nas grades e sacadas.

15/05/2010 - sábado - Delhi

O passeio por Delhi foi ótimo! Nosso guia aqui em Delhi foi Paukaj, um ex-funcionário da HP. O seu enorme interesse em história e arquitetura pesou na hora de decidir em mudar de profissão. Sorte nossa que conhecemos um excelente guia!
Amanhã vamos sair às 8:00 para conhecer New Delhi e Old Delhi e vamos a um comércio de rua também. A previsão para amanhã é de 40° (ufa! mais fresco!)...
O vento não demorou mais do que 15 min mas foi o suficiente pra piorar o transito, tumultuar quem passava pela rua, nos assustar e terminar com a linda festa. Agora que o vento passou, consigo ver alguns convidados voltando mas nada mais está no lugar...e essa nuvem de poeira deve demorar a passar...uma pena!
...mas há poucos minutos começou uma ventania fortíssima que balançou as janelas, levantou a poeira de todos os lugares, fez os pássaros voarem sem rumo certo e acabou com a festa lá embaixo. Os convidados entraram para o salão do hotel e um mundo de funcionários correu para salvar o que restava...copos, enfeites, toalhas, flores...uma pena mas o vento destruiu tudo!
Acabamos de voltar para o hotel e estava acontecendo uma festa aqui ao lado da piscina. Pela janela do quarto estávamos vendo a decoração lindíssima com flores, luzes, toalhas vermelhas bordadas de dourado e os convidados pareciam fazer parte de um dos filmes de Bolliwood...sarees vermelhos, pretos, amarelos, todas as cor...e todos com muitos bordados e brilhos!...muitos dos homens com aquela bata longa sobre a calça.
A cidade tem uma nuvem de poeira e a sensação de calor deixa mesmo aquela impressão de deserto.
Pela janela do avião pude ver uma Delhi com traços urbanos bem definidos, avenidas maiores cortando a cidade e ruas dispostas cartesianamente dando uma impressão que houve um projeto de urbanização. Deu para ver muitos condomínios de prédios e casas e árvores em todos os quarteirões...de cima pude notar uma cor amarela...da em todos os prédios, ruas e árvores e quando aterrizamos deu para ver que era poeira mesmo.

14/05/2010 - sexta - Delhi

Já estamos em Delhi. Saímos de Bangalore pela Spice Jet às 8:45 e chegamos em Delhi às 10:45. Quem nos disse que hoje faria 43° graus aqui, errou...a temperatura aqui chegou a 46° hoje (delícia!).



Depois do check-in no hotel saímos para conhecer um dos shopping que tem aqui perto (são muitos!). Deu pra ver que o trânsito aqui é pior (mais desordenado e mais cheio) mas eu acho que estou começando a me acostumar, porque não me incomodei tanto.






Vi muitas mulheres de roupas ocidentais por aqui, carros mais modernos e no hotel onde estou, muitos moradores de Delhi vem almoçar e trazem seus filhos para aulas de natação da piscina do hotel (olha que legal!).

As fotos de hoje foram tiradas pelo Mauro, que foi conhecer um dos prédios da IBM daqui. Eu já havia dito que a IBM Bangalore é onde está o maior Global Delivery Center (Centro de prestação de serviços de informática para clientes do mundo inteiro). Em toda IBM India trabalham hoje cerca de 85 mil pessoas...que tal?

A empresas de tecnologia estão contratando cerca de 300 pessoas por mês, todos na faixa de 25/30 anos, graduados, muitos com mestrado, doutorado, totalmente capacitados, dispostos, disponíveis e cheios de energia para entrar nesse mundo corporativo!...Fora a enorme quantidade de jovens que está agora nas universidades ...se preparando para estar nessa competição também!!....é......be prepared!

Sabe aquela frase: Tá incomodado? Se muda!...pois é, o indianos também estão incomodados e não é de hoje...estão mudando!!!....interessante ver isso ao vivo!

13/05/2010 - quinta - Bangalore

Hoje é nosso último dia em Bangalore. Tirei o dia para descansar e aproveitar o hotel. Acordei por volta das 14:00h, caminhei até um moderno e luxuoso shopping que existe atrás do hotel, UB City Mall, fiz um lanche rápido, voltei para a piscina, fui ao SPA do hotel e dormi mais um pouco. Estou totalmente desorganizada com esse fuso horário de 8 horas e 30 minutos do Brasil.

Como hoje saí sozinha, procurei não usar bolsa nem levar a máquina para tentar observar mais do que ser observada. Não adiantou muito, mas ver esse pessoal aqui nessa região de empresas e escritórios onde estou, me encheu de novas questões...

Agora a noite fomos jantar num hotel maravilhoso com os amigos latinos, no Leela Palace Hotel. A maioria deles ainda não teve oportunidade de conhecer a cidade porque está trabalhando... o assunto do jantar foi sobre as aventuras dos acompanhantes nos passeios por Bangalore. O mais bacana é que não estamos saindo juntos... mas nossos comentários foram semelhantes...Estamos todos impressionados com essa experiência.

GENTE! tô amando isso e dançando junto aqui no meio do quarto! kkkkkkkkkkkMelhor que aula de aeróbica!! kkkkkkk Você tá aí me lendo??? DANÇA!!!!!!!! kkkkkkkkkk
Como voltei mais cedo para o hotel hoje, tive tempo de ver TV com calma. Os filmes são um capítulo a parte de toda história da Índia. Todo mundo já ouviu falar em Bollywood e é realmente fantástico o valor que eles dão aos filmes. As histórias são sempre de amor proibido...com doses enormes de drama, sofrimento e a cada movimento uma música com dancinha e tudo.

O que chama atenção é a quantidade de gente que trabalha em cada filme!!! Zilhões...e esse povo todo DANÇA!! E dança por qualquer coisa: o namoro acabou? Dança! O namorado voltou? Dança! Mas o pai não deixou? Dança todo mundo e o pai também! Kkkk ADOREI!! Kkkkk

Isso sem falar nos clipes da MTV !! Adivinha?? São clipes super longos e TODO MUNDO DANÇA!!! Kkkk (mesmo que o cantor seja velhinho!) ai ai.É uma dança frenética, cheia de significado e interpretação. Você consegue entender a música sem entender o que eles dizem kkkkkk


Parece que a intenção é dançar e a história nem tem tanta importância assim rsrsrsO cara está cantando na rua? Até pedestre dança! O cara está numa cama de hospital? o médico dança! Cantando numa montanha, sozinho e triste? Surge gente atrás de pedra ou de árvore e dançam!!

Hoje eu tirei mais fotos das pessoas do que dos lugares que visitei. Eu acho que estou mais impressionada com as pessoas e o comportamento delas do que do lugar propriamente.

A explicação para aquele suspiro irônico é que os jovens indianos, só querem estudar e ficam passando de uma universidade para outra...muitas são mantidas pelo governo que dá alimentação, livros, cadernos e até transporte na maioria dos casos. Mesmo não sendo as melhores os jovens se mantém nelas, com isso eles acabam ...não saindo de casa e continuam dependentes dos pais por muito mais anos.
Nagaraja me levou em ruas residências e me mostrou onde as pessoas com melhor condição financeira moram...e ele deu muita ênfase às casa com jardim: “esse senhor ainda tem um jardim só dele!” – ele dizia. Também percorremos alamedas com faculdades dos dois lados da rua e quando eu disse que estava surpresa com a quantidade de faculdades, Nagaraja com certa ironia suspirou.
Turistas pagam 100 rúpias e moradores 5 rúpias...estava cheio de moradores lá...mas não estou falando nada demais, porque pela quantidade de indianos que existem aqui, qualquer lugar enche fácil! Nesse palácio, fotos só do lado de fora também.
Depois fomos ao palácio do sultão Tipu (não disse que esse sultão é cheio de palácios?!). Esse palácio fica bem no centro de Bangalore e é bem menor do que o de verão que fica em Mysore, também é todo de madeira esculpida e colorida e achei que poderia ter uma melhor manutenção, jardins também são muito bem cuidados.

O meu ticket dava direito a ganhar um livro e o senhor que estava conversando comigo se ofereceu para escolher um deles pra mim, estou levando “Message of Godhead” pra casa.

Todos percorrem o mesmo roteiro e visitam todas as salas, que incluem livraria, lojinha, e locais para oração. Na saída eles oferecem a todos numa tigelinha feita de folha, um porção de kichri que é um prato indiano feito de arroz, lentilha, cebola, tomate e especiarias (eu só senti o gostinho do arroz).

Eu confesso q comparei o ISKON temple à catedral de N.S. Aparecida em SP, quem já foi sabe do que estou falando... o chato é que “photos are not aloud” :o(

Na entrada o carro é revistado por policiais que usam espelho para olhar embaixo do carro e um detector de explosivos por todo o carro. Na entrada fui revistada por uma policial que depois de elogiar minha roupa e brincos, revistou minha bolsa, olhou e sorriu ao ver meu relógio que estava dentro dela (eu e minha interpretação carioca, ai ai). Eu contei que no hotel onde estou também fazem essa revista sempre que entramos?




Por todo o santuário pode-se ouvir o maha-mantra que é aquela música hare krishan que todos cantamos. Não pode entrar calçado e muitas pessoas visitam o santuário todos os dias. A entrada não é cobrada, mas se você quiser pagar 108 rúpias poderá fazer o mesmo percurso que os outros, porém com filas bem menores (uma espécie de fast pass), com isso pude ver mais de perto as imagens e tive mais tempo para observar tudo.O mantra entra mesmo dentro do pensamento... saí de lá cantando. Foi o primeiro lugar em que as pessoas interagiram comigo. Um grupo perguntou de onde eu era e uma das meninas do grupo sabia algo sobre o Brasil. Uma senhora com duas crianças pequenas ao se sentar do meu lado, disse que eu cheirava bem e os menininhos concordaram rsrs (eu já disse que os cheiros aqui são “complicados”?).