domingo, 23 de maio de 2010

Akbar se casou com uma esposa muçulmana, uma indiana e uma portuguesa, por isso os palácios sofreram essas 3 influências na sua construção. Delicados detalhes indianos, recortes muçulmanos nas pedras, pinturas que remetem aos ladrilhos portugueses, formam esse riquíssimo conjunto em arenito vermelho e mármores.

Fatehpur Skri (Agra Fort ou cidade murada) foi construído com uma requintada arquitetura que inclui posicionamento dos prédios de acordo com a estação do ano, posição do sol e direção dos ventos; tanques de reaproveitamento de águas pluviais; camas elevadas para fugir do calor;paredes externas duplas para evitar a absorção do calor do sol e muitos outros recursos.

Por causa da falta de água dessa região, o imperador deixou de usar esse palácio e a região que ficou abandonada hoje é habitada por uma população muito pobre. A quantidade de crianças e velhos, pedidos dinheiro e tentando vender artesanato, é impressionante. Os guias aconselham a não comprarmos nem darmos atenção a essas pessoas para não sermos cercados por todos os outros. É desconfortável a situação.

Enfrentamos um calor fortíssimo e apesar disso, torcíamos para não ventar, pois a sensação do vento nesse calor desértico é ainda pior! Ter que entrar na mesquita sem sapatos foi mais um desafio, mas valeu à pena. No pátio da mesquita foi construído um pequeno palácio todo em mármore branco em homenagem ao único filho que a esposa muçulmana lhe deu.

Todos que entram nesse palácio de mármore branco entregam como oferta tecidos (que hoje são doados as crianças pobres da região) e flores coloridas num altar central, depois amarram fios de seda nos recortes de mármore, enquanto fazem 3 pedidos. Eles dizem que é muito comum mulheres que não conseguem engravidar visitam o lugar para fazer seus pedidos.

O tecido, as flores e fios de seda que doamos (tudo num saquinho previamente preparado), compramos no pátio da mesquita, onde vários homens aguardam os turistas para isso. Mesmo sendo uma doação, o preço do “kit doação” é estipulado por eles e é tão constrangedor não comprar, quanto ter que comprar.


As crianças cercam os turistas e oferecem em TODAS AS LÍNGUAS: pulseiras, livros, postais; sempre dizendo que estão com fome e negociam para que não deixemos de comprar. Umas mergulham nos reservatórios de águas pluviais, que hoje guardam uma água estagnada, imunda e absolutamente verde de limo, para depois cobrarem pelo triste espetáculo.

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